Anoitecer;


Tal como uma tela, o quadrado exibia os raios deslumbrantes de um pôr do sol. Em sua cadeira, ela permanecia abraçada à uma pelúcia enquanto no peito uma dor se apertava.
Em seus olhos, mal podia conter as lágrimas, mas continha, fazia o possível para segurá-las o máximo possível.
Olhou para o lado. O sol, imponente e deslumbrante, fazia sua retirada, trazendo o espaço para a lua e as outras estrelas.
Ali ela se encontrava, anoitecendo, assim como a tarde. Era o momento de se acalmar, relaxar, respirar. Era momento de sua ânsia bater em retirada e buscar a calma. Era o momento de acreditar que tudo daria certo. Era o momento.
Ela estava em um avião. Estava indo para casa. Em seu coração, a tristeza se misturava à saudade e montavam acampamento. Lá fora o sol se punha e ali, em seu rosto, transbordavam as lágrimas.
Em silêncio, as deixou cair.
E caiam.
E caiam.
Aos poucos, abraçada ao seu bicho de pelúcia, foi se acalmando. O sol foi dando espaço para o melhor momento. A infinidade escura repleta de estrelas. O satélite natural. A beleza de que o eterno estava ali e permaneceria. A beleza que descansaria ao dia, deixando espaço para que tudo pudesse se resolver ao dia e para, ao seu final, vir a tranquilidade.
Anos depois, a sensação permaneceria nela. Cada pôr do sol, cada ciclo. Ao fim, chegaria a noite e seus deslumbres. Cada aperto em seu coração cessaria, não importava ao certo como. As coisas dariam certo, ou talvez não, mas também sim.
Autora: Stephanie Santana
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