Vórtice

Sentiu que algo estava errado. O corpo inerte em seus braços não parecia como outros tantos que tiveram a infelicidade de serem suas vítimas...


Mas como? O que podia estar errado?
Não tinha ideia de como aquilo pudera ter acontecido. Era uma moça bonita, a mais bela que podia ter achado. Seu pescoço parecia pedir por uma mordida, mal podia ele se controlar.

Aaah, aquele sangue. Levemente ácido, como poucos humanos comseguiam ter... Era também um belo líquido viscoso de se ver escorrer enquanto ela desfalecia em meus braços.

Aaaargh! Ainda assim, o que poderia estar errado. Seus instintos não erravam. Alguma coisa anormal estava acontecendo ali...

Mas o quê?

Ela abriu os olhos. Mas como?

Ele a soltou assustado, deixando o corpo tombar ao chão.

Olhou novamente. Os olhos dela estavam fechados. Caiu sobre o corpo, chorando um pouco. Alisou o rosto e pediu desculpas, sussurando. Seu brinquedinho caíra por cupa sua. Ele mal podia lidar com isso. Pegou-a nos braços novamente, tinha que levá-la aonde guardava os corpos de suas vítimas.

Ele era metódico e de humor mutável e até mesmo paradoxal. Como um caçador frio podia se assustar tão fácil? Afinal, era a sua presa. Estava morta, não possuía sequer uma gota de sangue restante.

Não importava quão estranho era aquele corpo ou o quanto seus instintos o queriam fazer repelí-lo. Ele o iria levar em sua cova, em seu canto, em sua casa. Lá, ela iria jazir em paz, junto às suas outras vítimas mais preciosas.

"Acorda, infeliz!" - Escutou uma voz feminina distante.

Olhou à sua volta procurando à sua volta pela dona da voz, com o cenho franzido. Colocou o corpo de seu brinquedo no chão. Olhou para todos os lados. Não via ninguém.

Ele estava em uma rua completamente deserta. Era tarde da noite e as luzes de todas as casas estavam apagadas. Apenas as luzes dos postes e do colar da moça faziam vigília.

Ele notou o brilho do colar e abaixou-se para pegá-lo. Com o pingente em suas mãos, observou os detalhes. Era como se o colar o puxasse para si.

"ACORDA, MALDITO! QUERO VÊ-LO SABOREAR A PRÓPRIA MORTE!"


Ele abriu os olhos, assustado, sem saber onde estava ou o que estava acontecendo. Moveu-se bruscamente, percebendo que estava com seu corpo atado à cama. Desesperou-se ainda mais ao perceber que seu amado brinquedo nao estava em seus braços ou inerte no chão.

Ela estava ali, diante dele, com um sorriso sádico, em júbilo, com uma estaca em suas mãos. Ela cravou-a sobre o peito dele, que urrou de dor.

- Sinta só o cheiro deste pescoço, desgraçado! Dele, nunca sugarás! HÁ HÁ HÁ HÁ! - Soltou uma gargalhada, sujando-se com o sangue dos pedacinhos em quais o deixou. Logo, aqueles pedaços se tornaram cinzas. Agora era hora de procurar pela sua próxima vítima asquerosa.



Autora: Stephanie Santana

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