Metamorfose

    Uma gota. Outra gota. E mais uma. Então, várias.
      Absorta, encarava a chuva com tal fascínio que até parecia ser um acontecimento incrível. Introvertida, fechou os olhos e permitiu-se sentir. O aroma, o sabor, a textura, aquele chuvisco agradável que, mentalmente, penetrava seu corpo.
    Gotas. Gotas. Gota. Vento.
    Um sorriso manifestou-se numa expressão ingênua, singela.
    Passaram-se anos, mas eram apenas segundos. Com o vento, foram-se as dores, foram-se os lamentos.
       Ajeitou sua bengala, pegou seu livro, saiu. Era sua última tarde. Não a mais feliz. Porém, não a mais triste.



Texto por: Stephanie Santana.

Comentários