Folhas ao chão.

       A brisa era suave, levemente fria. A chuva há pouco cessara, seu cheiro na terra se fazia bastante agradável. O outono se fazia presente nas folhas que caiam ao chão. Talvez um banho não fosse adequado, mas o que poderia fazer? Sua vontade era muito maior que o bom senso. Deixou suas coisas aos pés da maior árvore e entrou. Sentiu todo o seu corpo estremecer diante da água gelada.
       No fim, a temperatura não realmente importava. Seus pensamentos flutuavam no passado. Em sua mágoa. Suas lágrimas desoladas se misturavam à água doce e calma, acalmando sua tristeza.

        Ele a observava. Tinha-lhe seguido por toda a tarde. Observado suas ações cuidadosamente, calmamente. De alguma forma, ela não o tinha percebido. O sol estava à se pôr. Ele gostava de como aqueles últimos raios dourados cintilavam nos cabelos sedosos da garota, que flutuavam de forma esplêndida enquanto esta nadava.

       Por que tudo aquilo acontecera? Ela tinha vontade de fugir de tudo aquilo, mas sabia que de nada adiantaria. E, acima de tudo, queria aquilo. Queria voltar no tempo, consertar tudo. Tudo que estragou. Tudo que só os trouxe lágrimas, palavras-espinho, dor.

       Calmamente, entrou na água. Ela permanecia de olhos fechados. Parecia chorar. Ele a segurou pelos braços, virando-a para si. Seu estado não a permitiu assustar-se. Seus olhares se encontraram. Ela desabou em prantos.


Ele a abraçou.

Já não mais importava o que houve. Um beijo selou o perdão.



Texto por: Stephanie Santana (@stephaniedms)

Comentários